

| Bebê abandonado passa bem |
O bebê encontrado boiando na Lagoa da Pampulha saiu nesta segunda-feira do hospital onde estava internado, em Belo Horizonte.
A criança foi encontrada no sábado na Lagoa da Pampulha. Um casal chegou a pensar que o choro que ouvia era o miado de um gato. Quando tiraram o embrulho da lagoa, com a ajuda do vigia, veio a surpresa.
Depois de ver as imagens, o comandante do corpo de bombeiros explicou porque o saco com a menina não afundou. “Era uma sacola presa a um pedaço de madeira. A madeira era bastante leve e funcionou como uma bóia. Isso fez com que a sacola flutuasse e a criança tivesse condições de ser salva. No momento em que eles puxam a madeira, ela se solta do saco e com o movimento a boca do saco se volta pra água. Entra um pouco de água na sacola, mas a ação foi rápida das pessoas”, disse Matuzail da Cruz.
A polícia não revela o local para onde transferiu a mãe do bebê, presa no domingo na casa do namorado. Solteira, de 29 anos, Simone Cassiana da Silva tem outra filha de nove anos.
Na manhã de sábado, Simone retirou a menina de uma maternidade onde ficou internada por dois meses. A criança nasceu prematura com apenas um quilo e cento e oitenta e cinco gramas, mas se recuperou rapidamente. A mãe nem registrou a filha mas diz que pretendia chamá-la de Iara. “Saí com ela do hospital, tinha um pessoal na beira da lagoa, um pessoa, acho até que é morador de rua. Pedi pra deixarem a menina em algum lugar pra mim que eu não queria ver.”
Em depoimento, Simone disse que estava em tratamento psiquiátrico com sintomas de depressão pós-parto. Na saída do hospital, o bebê estava dormindo, com o rosto coberto.
O juiz deve decidir nesta segunda-feira se a criança será encaminhada para adoção.
Bebê é registrado.
O bebê salvo na Lagoa da Pampulha se chamará Letícia Maria Cassiano. Ela foi registrada hoje por determinação da Justiça. O nome da criança poderá ser alterado quando ela estiver com a família definitiva.
A guarda deverá ser disputada pelos avós maternos e pelo atual namorado de Simone. Ontem, ele fez exame de DNA, e o resultado deverá sair amanhã.
19 de Janeiro de 2007. o Jornal Hoje da TVGlobo dá a seguinte informação.
Em Belo Horizonte, Simone Cassiano da Silva, acusada de ter jogado a própria filha na Lagoa da Pampulha, foi condenada a oito anos e quatro meses de prisão em regime fechado. O julgamento, com júri popular, começou na sexta-feira às 9h da manhã, entrou pela madrugada e terminou no começo da tarde de sábado. Durante três horas, o júri popular assistiu às cenas do resgate do bebê na Lagoa da Pampulha; pela primeira vez no julgamento, Simone Cassiano da Silva demonstrou emoção. O público que acompanhou também se sensibilizou. A criança foi salva no dia 28 de janeiro do ano passado. A menina, que tinha dois meses, estava dentro de um saco plástico amarrada a um pedaço de madeira. José da Cruz Neto, que resgatou a menina, foi uma das seis testemunhas ouvidas de madrugada. Omar Tomaz de Prado, que ajudou a socorrer a criança, afirmou que viu uma mulher com características semelhantes às de Simone saindo do local. Durante toda a madrugada, o julgamento só foi interrompido uma vez por 15 minutos. Logo depois, no início da manhã, o promotor e o advogado de defesa tiveram, cada um, duas horas para tentar convencer os jurados. Simone Cassiano da Silva é acusada de tentativa de homicídio, usando método cruel e sem chance de defesa da vítima. O promotor mostrou um ultra-som como prova de que Simone sabia estava grávida, ao contrário do que ela afirmou. As roupas que a criança usava quando foi salva, o saco plástico e o pedaço de madeira onde o bebê estava amarrado foram apresentados como prova. O advogado de defesa tentou desqualificar o trabalho da polícia, afirmando que não foram feitos exames de impressão digital no plástico – o que segundo ele, comprovaria que não foi Simone quem jogou a criança na lagoa. Pouco antes das 11h da manhã do sábado, os sete jurados se retiraram para decicidir o veredicto. Eles ficaram reunidos por uma hora e meia. A sentença foi lida às12h40. Foram seis votos a um, segundo o advogado de defesa: Simone Cassiano da Silva foi condenada por tentativa de homicídio qualificado a oito anos e quatro meses de prisão, em regime fechado. Ela já está presa, desde janeiro do ano passado, e vai voltar para a penitenciária onde aguardou o julgamento. | |


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